15 fevereiro, 2010

O amor, que não pode ser explicado, logo, não existe
poderia ser decifrado, se fosse jogo de palavras
acabaria enfim, se tivesse começado

Nos esforçamos para compreender
algo que nem mesmo sabemos explicar

Muda, como a percepção de cada ser
inconsistente, como nossa subjetividade
a poesia, e só a poesia, pode de forma superficial,
observar seu real sentido

E toda ciência quer achar
que o amor pertence à química

E toda filosofia quer achar
que o amor pertence aos homens

E toda religião quer achar
que o amor pertence ao espírito

logo, os escritos do espaço-tempo
do próprio vórtice que se verte
registra acumulado em sí
toda essas miudezas de uma palavra amor

não que toda verdade seja minha
mas que a verdade é própria
passa pelos meus olhos de criança
e adormece em meu corpo envelhecido

E assim, nessa grande epopéia
o amor, creio, criado por Deus
ainda é como o próprio Deus
Inalcançável; e não se faz revelar, pois não é preciso

tudo e nada é o amor.


25 / 01 / 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário